Faz tempo que sinto a necessidade de dizer, escrever, seja lá o que for, mas, de alguma forma, fazer uma homenagem para a poia mais poia, para o SOL que ilumina a minha vida, para a outra metade da minha laranja, para o meu maior amor do mundo todo, para a Malinha mais mala de todas, para a minha irmã de corpo e alma: SOLANGE MALAINE DOMINGOS DE ALMEIDA:
Sempre lembro de minha amiga de alma como se fosse ontem. Lembro de todos os momentos vividos. Lembro da voz, do abraço, do jeito de falar, das palavras, das graças, das nossas tramóias, dos nossos planos contra os homens que nos faziam sofrer, dos segredos contados e guardados para sempre, da ansiedade para nos encontrarmos e contarmos o que havia acontecido. Ó, Deus, só Deus sabe o quanto lembro disso todos os dias de minha vida e o quanto daria tudo para poder abraçá-la novamente, ou mesmo pensar, apenas imaginar que ela está viva em algum canto do mundo, viva e feliz como sempre foi, com aquele sorriso encantador e lindo de viver. Isso me dói demais. Ainda faz pouco tempo. Para mim ainda faz pouco tempo. Sinceramente, eu não consigo superar essa perda, essa saudade, essa doença que tenho em pensar diariamente em tudo o que vivi ao lado da minha irmã de alma. No fundo, sei que escrever tudo isso só me faz sofrer ainda mais. Sei que tentar lembrar da beleza interior e exterior da SOL só me faz ter cada vez mais saudade da presença dela. Alguns diziam que a SOL me idolatrava, que ela era, sem sombra de dúvidas, uma das pessoas que mais me defendiam nesse mundo. Das minhas amigas, a que mais me amava, a que mais fazia com que eu a amasse. Aquela amiga que vem aos poucos e conquista um território quase impossível. Aquela que veio para que eu pudesse acreditar no poder e no valor de uma verdadeira amizade. Sou feliz por um dia ter dito isso a ela. Foi a SOL quem me fez acreditar nessa história de amizade verdadeira, nessa história de melhores amigas.
Ela, como sempre, me cobrava atenção. Diziamos que éramos namoradas, já que não tínhamos lá muita sorte com os homens. E acho que éramos mesmo. Ela me conhecia de um jeito que só mãe, pai ou irmã conseguem conhecer. Sabia, a SOL sabia que eu odiava leite, que tinha aprendido a gostar de mamão porque minha mãe vivia dizendo que era bom para o intestino funcionar melhor. Se estivessemos em qualquer lugar que seja, ela sabia, sempre sabia se eu estava triste ou alegre; se estava fingindo estar bem, quando, no fundo, só queria colo para poder chorar; se estava tão alegre a ponto de nem conseguir explicar o motivo; se eu estava amando quem não podia amar ou se eu não conseguia amar quem devia amar. Tínhamos um caso de amor e amizade e isso, no fundo, despertava inveja nos outros e ciúmes por parte de possíveis namorados. Adorávamos isso. Até diziamos que "por mais que tentem, que inventem, ninguém no mundo será capaz de acabar com a nossa amizade. Ela será eterna". É claro que quando falávamos isso, nem passava pelas nossas cabeças essa história idiota de morte. Era mais fácil termos muito medo de alguém inventar alguma história terrível para nos separar, do que imaginarmos que um dia uma de nós poderia morrer. Ate falamos, em um dia separado para Deus, na igreja, que morreríamos caso uma de nós viesse a morrer. Eu disse isso para ela com todas as letras. Ela me respondeu o mesmo. O fato é que viver pensando que alguém que amamos tanto pode morrer, e, principalmente, que essa morte pode estar tão próxima é algo só para loucos. Não pensava nisso. Até porquê, nós vivíamos intensamente, e, mesmo com alguns problemas financeiros, sentimentais ou com a família, optavamos sempre pela alegria de se aproveitar um bom dia ao lado de quem se ama.
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